quinta-feira, 31 de julho de 2008

Vamos esperar o mamão amadurecer?


Maturidade, palavra chave para o bom entendimento de toda e qualquer questão. Vivemos em um mundo onde a maturidade é vista como uma chatice e bom mesmo é ser adolescente. A tv e os meios de comunicação estão o tempo inteiro nos passando tal mensagem, porém tal definição breca uma série de outras vivências plenas e considerações.
Na minha última postagem, fiquei muito satisfeito com a possibilidade de diálogo com uma leitora (consegui uma!!) de apelido xikinha. Ela desabafa, e eu acho que é o espaço de desabafar mesmo, sobre seu contato com a universidade. Todas as coisas que ela fala são verdades, lá você encontra um nível de babaquice, de intelectualidade tacanha, com o fim em si mesmo, muito grande. Mas por tal motivo, o resultado é acabarmos com a intelectualidade e implantarmos a ditadura da prática?! Abaixarmos a cabeça para a produção acadêmica e mergulharmos no interminável cotidiano?! O nome de tal concepção está muito claro para quem quiser ouvir: Pós-modernidade.
Enquanto conceito, a pós-modernidade vai ter como pressuposto a morte da História. Pressuposto esse que sepulta o passado enquanto fonte de análise, junto com os projetos para o futuro e nos faz mergulhar em um eterno presente. Resultado: Quem, no ano de 2008, pensa no amanhã? Quem projeta sua vida para além dos próximos dois meses? Quem o faz, é taxado de antiquado ou chato.
Outra concepção proveniente da pós-modernidade é o fim das metanarrativas. Conceito lingüístico que não domino, mas posso ousar. A modernidade fica marcada como o período em que as metanarrativas dão as cartas, o projeto iluminista e marxista, são dois ótimos exemplos. Projetos que pressupõe uma universalidade, que abarquem toda a humanidade. Segundo a pós-modernidade, vivemos em um mundo fragmentado e tais discursos perderam o sentido. Ora, opressores continuam opressores e oprimidos continuam oprimidos.
A pós-modernidade parte de um mau-caratismo acadêmico. Defender seu projeto, é defender a fragmentação que o Capital impõe, lembram da máxima “dividir para governar!”? É assim que funciona e as minorias embarcaram nessa, fragmentando a luta, individualizando a luta. A luta e a culpa.
Por isso afirmo, estamos num tempo, onde as pessoas jurídicas dão as cartas. E o demérito fica sempre pro indivíduo, sempre desconsiderando a história, lembram do Capitão Nascimento (policial sacripanta que virou herói de cinema em filme onde a classe média mostra seu projeto de Brasil)? O Nascimento não quer nem saber se o traficante passou fome ou foi maltratado pelos pais (desprezo pela história). O desprezo do Nascimento é o desprezo que o Estado tem nessa nova Era do Capital (Opa!)!!!
Quando se compra maconha na mão de uma criança, é pecado, crime, tem que morrer, maconheiro filho da puta, mas se você compra bala no sinal, você ajuda... na boa, não faz muito sentido pra mim. É óbvio que lugar de criança é na escola, lugar onde deveríamos todos nos engrandecer em todos os níveis e possibilidades, desenvolver nossas potencialidades, onde as classes populares possam realmente tomarem seu lugar de classe revolucionária.
Voltando para o início do texto, essas pessoas que encontramos, porque eu também encontro, não se iludam, nas universidades, cheias de discurso até mesmo de esquerda e revolucionárias de butique, são imaturas. Pessoas que daqui a dez anos, estão votando no PSDB e no PFL (me recuso a chamar de DEM). Pessoas que não tem uma profundidade e ficam bravateando erudição, que não tem. O que temos que fazer, xikinha, é lutar com o discurso (pelo menos por enquanto), e torcer para que tais pessoas cresçam e amadureçam suas idéias, por que mesmo na esquerda, estão reproduzindo uma neutralidade babaca.
Xikinha, adorei sua intervenção e entre sempre que puder. Um abraço.

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