quinta-feira, 10 de abril de 2008

Uma análise centrada sobre a Crise das esquerdas.

Venho dessa vez, dar um alerta! Nos meios acadêmicos, alguns profissionais muito respeitados tem sido responsáveis por divulgar injúrias e infâmias no que concerne ao Marxismo. Muitas dessas correntes que se dizem pós-qualquercoisa, andam alarmando já há algum tempo a MORTE DO MARXISMO. Bem, temos tantos argumentos para rebater tal argumento que vou ter que ir por partes para não me embolar...

1) Uma idéia não morre, mesmo que seu propósito tenha sido ultrapassado, o que nem é o caso do marxismo que objetiva derrubar o capitalismo e ainda não conseguiu. Temos muitos exemplos pra dar sobre a não-morte das idéias, então vamos aos exemplos nefastos: Nessa palhaçada de comemoração pelos 200 anos da chegada dos parasitas da Família Real ao Brasil, remeto-me ao plebiscito que ocorreu no início da década de 1990 que previa uma eleição para entre outras coisas, a volta da Monarquia! Ora, caros amigos, Os jacobinos já arrancaram a cabeça do Rei, por que temos que voltar nisso? Será que essa idéia não morreu? Não, não morreu. Tanto que fizeram o tal plebiscito. Tinha cédula e você tinha lá um quadradinho pra marcar um xiszinho na monarquia. Acho que essa primeira questão está bem elucidada: as idéias não morrem! Se mesmo depois que o sistema capitalista for derrubado o marxismo não vai morrer, imagina com o capitalismo ainda por aí, rindo da nossa cara? O MARXISMO ESTÁ AÍ PARA LAVAR A NOSSA CARA.

2) O Marxismo está em crise. Sim, qual o problema? Crises se resolvem com discussões abertas e amplas, se resolvem com entendimento das partes interessadas. Por que ninguém decretou a morte do capitalismo em 1929? Ou em 1974? As pessoas acham que o capitalismo está dado, que é isso aí. Mas a História só serve para nos mostrar que as estruturas mais bem fundamentadas são levadas a ruir com o tempo. Alguém acha que um nobre do século X achava que um dia ia tomar na cabeça uma revolução francesa? A crise do marxismo existe e é real, ela serve para criarmos alternativas ao capitalismo que muda o tempo inteiro. ENQUANTO HOUVER LUTA DE CLASSES, VAI HAVER O MARXISMO.

3) Temos que criar novas formas de luta. Sim, não devemos ficar estagnados. Greves não têm mais a força midiática que tinham em outro tempo nem tão distante, mas não é por isso que devem deixar de existir. Os sindicatos não têm mais força. Os partidos são vendidos. Realmente parece que a História acabou, que as ideologias morreram, mas se você passar um pouquinho só da superfície, você verá que os conflitos continuam e onde há conflito, há luta. A luta dos bolivianos de Cochabamba contra a distribuidora de água, muito bem colocada no filme Corporation é um exemplo. Agora se você quer construir sua defesa baseado no noticiário da Globo ou de qualquer meio de comunicação que trata da conjuntura e se esquece da estrutura, qualquer meio de comunicação comprometido em ser um APARELHO IDEOLÓGICO DE ESTADO... Eu só tenho a lamentar.

4) Marx morreu. Sim, mas Adam Smith não? Milton Friedman não? John Locke não? Ora, vamos e venhamos. A morte de Marx não quer dizer nada. Seus escritos e suas idéias sistematizadas por tantos outros servem de base para combater os desmandos da idéia capitalista. Temos que criar novidades? Temos que ter cuidado! Nos séculos iniciais da modernidade, as ideologias que conhecemos hoje, de um modo geral surgiram e principalmente no século XIX tinham um sentido universalizante. Sendo assim, pouca coisa restou de novidades para pensarmos, agora na prática as coisas mudaram, principalmente com Marcuse e Foucault que esmiuçaram e olharam fundo na unidade de classe para demonstrar que dentro de tais classes, as coisas não eram harmônicas. São contribuições maravilhosas para o marxismo que experimentou uma nova dimensão desde então. Foucault e Marcuse NÃO descartam o marxismo e a revolução, somente demonstram que tem mais coisa aí embaixo. Agora quem usa estes autores para matar o marxismo é minimamente leviano.

Bem, acho que estes argumentos bastam para explicitar que a fagulha que Marx acendeu no nascer da modernidade não morreu e vive na esperança de reconstruir o que de um modo geral os meios de comunicação lutam para destruir o tempo inteiro... Enquanto isso, nós nadamos contra a corrente... só pra exercitar...

2 comentários:

Anônimo disse...

Tudo que incomoda continuará sendo achicalhado, sendo chamado de "morto"... e será ainda muito mais, pelas Veja da vida e por aí vai, mesmo estando "morto".

Viva as diferenças!

Anônimo disse...

pelo oq está parecendo, a coisa só tá andando pra trás...
esse seu texto me lembrou uma música do Gabriel O Pensador que diz :
"O Brasil proclamou sua independência
mas o filho do rei foi quem assumiu a gerência
O povo sem estudo não dá muito palpite,
e a nossa república é só pra elite,
e quem faz greve o patrão ainda demite."

Paciência... um dia isso muda. (apesar de eu duvidar muito)